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Acupuntura

A Medicina Tradicional Chinesa (MTC)  é guiada pela observação das alterações fisiológicas e  sensitivas como a sensação de calor/frio, pulso acelerado/lento, língua pálida/vermelha, sedento/sem sede, sono durante o dia / insônia à noite e assim por diante. Essas observações compõem a história clínica e guiam ao diagnóstico ou padrão de desarmonia, juntamente com a anamnese e o exame físico, A acupuntura é um dos recursos da MTC para tratamento de enfermidades e consiste na introdução de finas agulhas em pontos pré-determinados por mapas, com a intenção de provocar reações no corpo, objetivando corrigir os padrões de desarmonia. A diferença entre uma doença e um padrão de desarmonia consiste no fato de um padrão de desarmonia poder manifestar-se através de diversas doenças enquanto a doença implica em alterações laboratoriais e resultado positivo em exame de imagens específicas.

 

Além da acupuntura existem outras técnicas como a moxa (calor seco), ventosas ( potes de vidro ou acrílico aplicados à pele com a ajuda de vácuo) ,  Gua Sha (fricção da pele com uma espátula) e fitoterapia(medicamentos à base de plantas). Esses recursos tem sido empregados pelos chineses nos últimos milênios e a sua experiência tem aumentado a sobrevida da população usuária, resolvendo muitas situações sem solução quando abordadas pela medicina ocidental.

 

Cada órgão do  corpo recebe um determinado volume de sangue segundo o seu metabolismo. As modificações neste volume, tanto para mais quanto para menos, podem determinar o aparecimento de sintomas. Afora o adoecimento de órgãos internos há ainda as dores dele resultantes que podem localizar-se em qualquer parte do corpo. A ação básica da acupuntura visa o restabelecimento do fluxo de sangue ao seu valor normal e é com essa finalidade que o  organismo ativa a produção de substâncias analgésicas (endorfinas), aumenta a secreção de cortisol endógeno, dilata artérias e veias ou ativa reações inflamatórias. A normalização do sono, o retorno do humor,  a organização de pensamentos, sensação de bem estar geral e o aumento da qualidade de vida são  resultados esperados antes mesmo do alívio das dores.

 

O conceito de saúde deve levar em consideração a ausência de sintomas, as relações do paciente com a família e a sociedade, a influência do meio ambiente (estações do ano), bem como a atividade física, mental e espiritual. Portanto a acupuntura deve ser acompanhada de uma alimentação saudável, exercícios físicos regulares, ter um objetivo de vida e estar de bem com Deus em acordo com a sua religião. A acupuntura segue o rigor da ética médica e deve ser praticada por médico habilitado, perito e comprometido com a preservação da intimidade do paciente.

 

O tratamento pela acupuntura e técnicas afins inicia-se com uma consulta médica permeada por aspectos peculiares à MTC, a partir da qual estabelece-se uma impressão diagnóstica e determina-se o padrão de desarmonia. Em seguida é estabelecido um número de  sessões de cada técnica. Quanto maior o período de adoecimento maior o tempo necessário para responder ao tratamento.  Passadas 10 sessões, deve-se interromper temporariamente o tratamento e após um período sem acupuntura reavaliam-se os resultados para estabelecer uma nova programação.  Não há empecilhos no tratamento simultâneo de medicamentos e acupuntura, porém, algumas drogas e seus similares como propranolol, hidrocortisona, omeprazol e antiarrítmicos provocam um entorpecimento ou bloqueio do funcionamento de algumas funções impedindo a ação da acupuntura. Os resultados podem ser retardados ou inexistentes. Os anticoagulantes favorecem o sangramento, por isso deve-se avaliar o benefício antes de indicar essas formas de tratamento.

 

A imunodepressão provocada por tratamentos quimioterápicos e anti-neoplásicos facilita a invasão do organismo por bactérias e vírus devendo-se deixar a acupuntura como último recurso a ser usado devido a possibilidade de contaminação dos locais de punção. Deve-se evitar acupuntura nos 3 primeiros meses de gestação, salvo em casos de hiperêmese gravídica. Os estímulos podem provocar reações levando ao aborto ou ao parto prematuro. As lesões diagnosticadas no processo do adoecimento como hérnias de disco, rotura de ligamentos e músculos, fraturas ósseas e tumores não são o objetivo do tratamento, mas sim as alterações fisiológicas que levaram a estas lesões, logo, outros especialistas poderão ser necessários para a melhor condução do caso.

 

Não existe qualquer conotação religiosa ou de arte divinatória neste tipo de tratamento, no entanto, o mau emprego do conhecimento tem desvirtuado a sua veracidade. Não há necessidade de acreditar no tratamento, mas como em toda relação médico-paciente, acreditar é um reforço importante. Obesidade, alcoolismo, tabagismo e outras formas de vício ou adicção são enfermidades complexas e devem ser tratadas por equipe multiprofissional, não sendo possível tratar exclusivamente com acupuntura. As agulhas são esterilizadas pelo fabricante e descartadas depois de removidas, portanto não podem ser introduzidas através da roupa, evitando-se contaminação de qualquer espécie. Não é injetada nenhuma droga, nem as agulhas são embebidas em qualquer tipo de remédio, o estimulo provocado pelas agulhas ativa os mecanismos naturais do corpo.

A introdução da agulha pode ser acompanhada de uma sensação de um pequeno choque ou de algo que caminha sob a pele, também conhecida como Qi (pronuncia-se tchi).

 

O tempo de cada sessão pode variar de 10 a 30 minutos, não havendo benefício extra além disso. Os pontos escolhidos podem estar dolorosos ou não, bem como, podem localizar-se longe do local da queixa. Utilizamos a termografia de infravermelho para visualizar esses pontos e determinar as suas evoluções, podendo aquecer ou esfriar conforme o caso. Durante o tratamento podem ocorrer sangramentos sob a pele (petéquias e hematomas), em qualquer das situações citadas comunique-se imediatamente com seu médico para receber orientação adequada. Após a sua introdução, nenhum dos locais de agulhamento deve permanecer doendo, dor é um sinal de que a agulha deve ser reposicionada.

 

Crianças e pacientes desorientados não são candidatos ao tratamento com acupuntura pelo elevado risco  de acidentes e disponibilidade de outras formas terapêuticas.

O que é acupuntura?

Originária da China, a Acupuntura é um método terapêutico que se caracteriza pela inserção de agulhas na superfície corporal, para tratar doenças e promover a saúde. Ela é reconhecida como especialidade médica desde 1995, pelo Conselho Federal de Medicina

 

Como funciona a acupuntura?

Graças às pesquisas científicas realizadas nos últimos cinquenta anos, tanto na China como no Ocidente, os efeitos da Acupuntura vêm sendo desvendados. Seu mecanismo de ação tem sido demonstrado à luz da ciência atual, tendo bases fisiológicas.

A inserção da agulha de Acupuntura estimula as terminações nervosas existentes na pele e nos tecidos subjacentes, principalmente os músculos. A “mensagem” gerada por esses estímulos segue pelos nervos periféricos até o sistema nervoso central (medula e cérebro). Aí, deflagra a liberação de diversas substâncias químicas conhecidas como neurotransmissores, desencadeando uma série de efeitos importantes, tais como analgésico, anti-inflamatório e relaxante muscular, além da ação moduladora sobre as emoções, o sistema endócrino e imunológico e sobre várias outras funções orgânicas.

 

Quais são as indicações?

O campo de atuação da Acupuntura é amplo, devido à sua própria natureza e mecanismos de ação, pois ao estimular o sistema nervoso, regula e harmoniza o funcionamento do organismo como um todo. Tanto nas pesquisas clínicas como na prática diária, tem-se observado uma grande eficácia no tratamento de inúmeras doenças e disfunções orgânicas: neurológicas, psiquiátricas, ortopédicas, respiratórias, reumatológicas, digestivas, entre outras. Diante disso, a própria Organização Mundial de Saúde (OMS) relacionou todas das doenças tratáveis pela Acupuntura. Inúmeros estudos científicos, realizados em todo o mundo, têm acrescido constantemente mais itens a esta lista de indicações.

 

Como é feito o atendimento?

O atendimento por um médico acupunturiatra vai muito além do que simplesmente “inserir agulhas no corpo do paciente”. Essa é apenas uma das etapas de uma série de procedimentos que obedece à mesma sequência de uma consulta médica de outra especialidade. Assim sendo, durante a anamnese, as histórias do paciente e suas queixas são ouvidas e anotadas. A seguir, é realizado um exame físico e, quando necessários, são solicitados e interpretados exames complementares.

Isso permite ao médico a elaboração de um diagnóstico clínico. A partir deste diagnóstico é que o médico decide se a Acupuntura é indicada para aquela situação clínica e se há a necessidade de prescrever alguma medicação, bem como associar outra forma complementar de tratamento. Finalmente, o médico estabelece um prognóstico, informando ao paciente sobre as possibilidades de sucesso do tratamento empreendido e, caso haja, de suas limitações. Eventualmente, se necessário, ele encaminha o paciente a um médico de outra especialidade, para uma avaliação ou mesmo para dar continuidade ao tratamento.

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Quais os profissionais habilitados para a sua prática?

As únicas profissões de saúde do país, que por lei, detêm o direito de diagnosticar doenças, realizar procedimentos invasivos e prescrever medicamentos são os médicos, os cirurgiões dentistas e os médicos veterinários.

O Colégio Médico Brasileiro de Acupuntura defende que a prática da Acupuntura, no Brasil, seja realizada por estes profissionais, nos seus respectivos campos de atuação.

 

É preciso interromper outros tratamentos?

Não, pois na maioria das vezes a associação da Acupuntura com outras formas de tratamento não apenas é possível, como é benéfica para o paciente. Porém, somente após a realização de uma consulta e a definição do diagnóstico é que o médico pode determinar qual o tratamento mais adequado para cada quadro clínico. Desse modo, podem ser associados à Acupuntura medicamentos, fisioterapia e outros métodos complementares de tratamento.

 

As agulhas podem transmitir doenças?

A normatização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) determina que a Acupuntura seja realizada exclusivamente com material descartável. Porém, alguns profissionais sem formação adequada insistem na reutilização das agulhas. É importante saber que este procedimento pode acarretar inúmeras doenças. Dentre elas, hepatites, meningites, mastoidites, encefalites, etc. Portanto, cabe ressaltar que as agulhas nunca devem ser reaproveitadas, nem no mesmo paciente, pois uma vez guardadas podem ser contaminadas. ATENÇÃO, AGULHAS SÓ DESCARTÁVEIS!

 

Existe algum risco no tratamento?

Bem praticada, a Acupuntura é segura. No entanto, o risco mais prevalente, na verdade não se refere à própria Acupuntura, e sim à sua prática por profissionais sem a devida qualificação e que não têm conhecimento sobre a anatomia normal e suas variantes e sobre a elaboração de um diagnóstico e prognósticos. Como no caso, por exemplo, de um tratamento de Acupuntura, realizado por leigo, para quadro de dor abdominal, mas que na verdade é uma apendicite. Além disso, o uso de um método invasivo, cirurgicamente perfurante, por indivíduos sem formação específica, têm resultado em ocorrências de negligência, imperícia e imprudência, além do crime de curandeirismo, relatadas em inúmeros casos pela literatura médico-científica mundial, como Infecções, transmissões de doenças, lesões e perfurações.

E o que contribui para agravar mais ainda estas possíveis ocorrências é o fato de que, tendo sido provocado por indivíduo leigo, muito dificilmente este terá discernimento para perceber que provocou um efeito adverso – e muito menos condições de corrigir o dano causado. Com isso, o paciente lesado poderá ter uma demora muito grande para ser diagnosticado devidamente e adequadamente socorrido, podendo por esta última razão resultar, inclusive, em óbito.

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